A apneia é definida como a parada de respiração durante o sono por 10 ou mais segundos, um problema que atrapalha muito a noite de descanso dos pacientes. A mais comum é a obstrutiva, na qual o ar é impedido de entrar nos pulmões pelas obstruções das vias aéreas superiores, apesar dos esforços repetidos para restabelecer a respiração.
Sua ocorrência é maior no sexo masculino, podendo surgir em qualquer idade, mas sendo mais comum entre os 40 e 50 anos de idade.
A obstrução das vias aéreas durante o sono diminui o oxigênio e aumenta o gás carbônico no organismo, e isso exige um grande esforço respiratório para reverter o quadro. É nesse momento que a pessoa desperta e ocorrem contrações musculares que abrem as vias, seguido de um período de aumento de ventilação dos pulmões. Depois o sono retorna com uma nova obstrução das vias, reiniciando esse ciclo várias vezes durante a noite.
O principal fator de risco para a síndrome é a obesidade. Estima-se que cerca de ⅔ das pessoas que sofrem do transtorno são obesas.
Os dois principais tipos são:
• Apneia obstrutiva do sono (AOS): doença caracterizada por obstruções recorrentes parciais ou completas da via aérea superior durante o sono, levando a episódios de hipopneias ou apneias, respectivamente.
Esse tipo ocorre em mais ou menos um terço da população adulta de São Paulo, segundo estudo epidemiológico EPISONO publicado em 2010.
• Apneia central do sono: é um transtorno raro encontrado em pacientes com insuficiência cardíaca grave e doenças neurológicas.
Os pacientes se queixam com frequência de sonolência excessiva durante o dia ou sensação de sono não repousante, devido à fragmentação de sono. Outros problemas recorrentes são: depressão, alterações de personalidade, prejuízo das funções cognitivas, atenção, memória e aprendizado.
Além disso, os pacientes são sete vezes mais sujeitos aos acidentes de trânsito do que a população geral.
A apneia obstrutiva do sono leva à hipóxia intermitente (quedas na oxigenação sanguínea), sono fragmentado e frequentemente provoca sintomas e consequências, incluindo não somente sono fragmentado e não reparador, mas também sintomas diurnos, como sonolência excessiva, queda na atenção e qualidade de vida.
Além disso, está também associada a um aumento de risco cardiovascular. Em função da associação de fatores de risco e ao fato da AOS poder contribuir de forma independente a doenças cardiovasculares, a prevalência de AOS é ainda maior em pacientes com doença cardiovascular já estabelecida.
O tratamento padrão ouro para AOS moderada e grave é o uso de aparelho de pressão positiva contínua (CPAP), conectado de forma não invasiva através de máscara utilizada durante o sono. Ele funciona como uma tala pneumática que pressuriza a região posterior da faringe, reduzindo ou eliminando a AOS.
Com isso, é possível melhorar os sintomas associados à apneia obstrutiva do sono. Existem evidências crescentes de que também pode atenuar os efeitos cardiovasculares prejudiciais.
Para casos mais leves, há também o aparelho odontológico de avanço mandibular e possibilidade de tratamento com cirurgias faríngeas. Além disso, a perda de peso pode contribuir para o tratamento da apneia obstrutiva do sono.
Dentre os procedimentos cirúrgicos, a cirurgia ortognática é uma excelente opção de tratamento para pacientes com alterações anatômicas em maxila e mandíbula que propiciam o estreitamento ou a obstrução das VAS . Segundo Boyd e colaboradores, o avanço maxilomandibular mostrou-se seguro a longo prazo, demostrando previsibilidade e bons resultados, sendo indicado como tratamento para a maioria dos pacientes com SAOS moderada a grave. A cirurgia amplia parte das VAS, uma vez que posiciona anteriormente o palato mole, base de língua e a musculatura suprahioide, associados, respectivamente, ao avanço da maxila e mandíbula. O avanço realizado pode ser maxilar, mandibular ou uma combinação entre os dois, podendo estar ou não associado à mentoplastia.
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